Não somos todos livres

Em depoimento pessoal, Wagner Moura participa da mobilização contra o projeto de lei que abranda o crime do trabalho escravo no Brasil.

Tem filme novo do Wagner Moura, veiculado no YouTube e outras redes sociais, diretamente de Los Angeles. Porta-voz contra o trabalho escravo, ele usa o recurso da webcam e um tom pessoal para pedir ajuda na mobilização contra o projeto de lei que abranda o crime no Brasil. Para participar basta compartilhar as peças da campanha com a #SomosLivres e assinar a petição online disponível no hotsite, que é dirigida aos senadores.

Não é um tema fácil. Quando se fala em trabalho escravo, muita gente lembra das cenas de novelas ou filmes de época, que remetem ao século XIX. Negros e indígenas acorrentados ou chicoteados. Verdade que isso ainda acontece (e com pessoas de todas as raças, os criminosos do trabalho escravo não fazem distinção de etnia). Mas a escravidão moderna aperfeiçoou outras táticas de exploção: submeter a pessoa a condições degradantes ou jornada exaustiva de trabalho, sofrendo violências físicas e psicológicas diariamente.

A campanha foi lançada ontem (29/01), no Dia Mundial do Trabalho Escravo, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, com o apoio da Organização Mundial do Trabalho (OIT). A criação é da Ideal H+K Strategies. A palestra de lançamento contou com o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2014, o indiano Kailash Satyarthi.

#SomosLivres mira no PLS 432 que restringe o crime de trabalho escravo somente aos casos de trabalho forçado e servidão por dívida. Atualmente, o artigo 149 do Código Penal estabelece que fica caracterizado o crime: casos de trabalho em condições degradantes e sob jornada exaustiva. De acordo com o Ministério Público do Trabalho, nos últimos dez anos, cerca de 50 mil pessoas foram libertadas do trabalho escravo no Brasil.

De acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), “os grupos móveis de combate ao trabalho escravo libertaram 1.010 pessoas no país em 2015. Minas Gerais é o estado líder em libertações (432) – o que representa 43% do total do país. Maranhão, com 107 resgates, e Rio de Janeiro, com 87, aparecem logo atrás. O número de operações realizadas no ano passado foi de 140 e o de estabelecimentos inspecionados, 257”.

Fonte: Blog de Comunicação de Interesse Público da Nova/SB Comunicação. Saiba mais em: http://www.comunicaquemuda.com.br/ainda-nao-somos-todos-livres/