Franklin Martins afirma que o Brasil precisa de um marco regulatório das comunicações

O jornalista e cientista social, Franklin Martins, foi o primeiro convidado a participar do “Pense – Ciclo de Debates Contemporâneos da Paraíba”, promovido pelo Governo do Estado na noite desta quinta-feira, 27, na sala de concertos José Siqueira, no Espaço Cultural José Lins do Rego.

O evento foi mediado pelo cientista politico, Rubens Pinto Lyra, que deu inicio a palestra introduzindo o debate sobre a democratização da comunicação no Brasil. “Vivemos um período de restrições à liberdade de expressão, onde não há pluralismo de opiniões na imprensa brasileira.. As práticas da grande mídia se assemelham a de um regime autoritário, uma politica que avança na propagação de valores e linguagens que tentam calar os trabalhadores”, afirmou Rubens.

Franklin Martins, que foi ministro de Comunicação Social no governo de Luis Inácio Lula da Silva, afirmou que não existe democracia onde há oligopólio dos meios de comunicação. O jornalista disse que é fundamental a regulação da mídia no Brasil. “A Constituição Brasileira não tem os artigos que tratam sobre comunicação social regulamentados, como os que falam do oligopólio e do monopólio das comunicações, só para citar um exemplo do que acontece em relação aos meios de comunicação no Brasil”, frisou o jornalista.

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Jornalista Franklin Martins

“Este é um debate imprescindível para a sociedade brasileira. Estados Unidos, França, Portugal, Espanha, Suécia, e aqui na América Latina, a Argentina, já fizeram a regulação dos meios de comunicação. O Brasil precisa avançar nesta questão e debater com o povo sobre isso”.

Em relação à liberdade de expressão, o ex-ministro afirmou que com o marco regulatório das comunicações, ela será mantida e ainda mais ampliada. “Haverá pluralismo de opiniões e o que está na Constituição será colocado em prática. O marco regulatório das comunicações não tem relação nenhuma com censura à imprensa, como a grande mídia passa a ideia para a população”, ressaltou.

A imprensa, disse Franklin Martins, vive uma contradição, pois é uma concessão pública, mas é intermediada por interesses políticos, econômicos e partidários. “Os políticos no Brasil tem medo de enfrentar esse assunto, assim como o judiciário e os partidos”, enfatizou.

Entre os prejuízos trazidos pela troca de governo, Franklin citou o desmonte realizado por Temer na Empresa Brasil de Comunicação, a EBC, com a extinção do Conselho Curador da empresa, feita pela MP 744, entre outras medidas.  Mais informações a respeito podem ser lidas na matéria produzida por Mariana Martins, do Intervozes, no blog do Coletivo na Carta Capital, em 26 de maio de 2016.

O jornalista Franklin Martins fez uma “mea culpa” por não ter, no governo Lula, realizado o marco regulatório, mecanismo que está previsto no programa do Partido dos Trabalhadores. Com certeza, teria evitado o golpe produzido pela mídia, “bola” cantada pelo Coletivo Intervozes desde o primeiro governo de Lula.

O pensar continua – Os próximos convidados do “Pense Paraíba” são o também jornalista, Luís Nassif, que atualmente dirige a revista eletrônica GGN e Frei Beto, frade dominicano e escritor, ganhador de prêmios como o Jabuti. Nassif estará em João Pessoa no dia 11 de agosto e Frei Beto dia 27 de setembro.

Texto: Mabel Dias

Fonte: Blog Senhora das Palavras