EBC: Desrespeito com os profissionais e desmonte da comunicação pública

O Sindicatos dos Jornalistas e Radialistas do DF, RJ e SP e a Comissão dos Empregados da EBC vêm a público, mais uma vez, denunciar o sistemático desrespeito da diretoria da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) com seus trabalhadores e da tentativa de, dia após dia, desmontar a comunicação pública nacional.

Nessa sexta-feira (11), os jornalistas correspondentes da Agência Brasil no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Ceará foram surpreendidos com portarias da empresa constando a remoção desses empregados para o RJ e Brasília. Os jornalistas sequer foram informados e tinham suas alocações em vigor até janeiro de 2018.

Os correspondentes traziam uma dimensão nacional para cobertura da empresa, enviando diariamente notícias para a Agência Brasil e de forma complementar para a Rádio Nacional e TV Brasil. Esses trabalhadores foram selecionados por processo seletivo interno e os custos era quase nenhum, já que utilizavam em sua maioria a estrutura das afiliadas à rede pública.

Assédio

A atitude representa mais uma ação de perseguição da chefia da Agência Brasil, em acordo com a Diretoria de Jornalismo e com a Presidência da EBC, que são complacentes ao assédio moral cometido contra os repórteres do veículo, como denunciado em carta aberta dos empregados à direção da empresa.

No final de junho, o Ministério Público do Trabalho já havia notificado a EBC e proposto um Termo de Ajuste de Conduta para que a empresa tome medidas efetivas para combater o assédio moral. É mais um sinal de que essa diretoria não respeita a legislação e busca cotidianamente humilhar seus trabalhadores.

Governismo

As ações dos gestores da empresa seguem ainda a tentativa do Governo Federal de desmontar a comunicação pública. Desde a posse de Laerte Rimoli à frente da empresa e da mudança da lei da EBC por Medida Provisória, a comunicação pública federal vem sofrendo retrocessos diários.

Diversos programas da TV Brasil e da Rádio Nacional foram tirados do ar, enquanto programas pró-governo foram criados. A censura nas redações são denunciadas cotidianamente pelos jornalistas, que vêem  suas matérias editadas favoravelmente ao Planalto. Setoristas da área política e social foram tirados dos seus postos de trabalho. Com o fim do Conselho Curador pelo Governo, resta aos empregados a resistência diária e a denúncia pública do que vem ocorrendo na empresa.

Já não bastasse o corte da verba de custeio da EBC em mais de 60% pelo Governo, a direção não se move para buscar a destinação da Contribuição para o Fomento da Comunicação Pública, que já soma mais de 3 bilhões de reais e segue congelada pelo governo. São gastos milhões com ponto eletrônico dos empregados, mas a Rádio Nacional da Amazônia continua fora do ar e até os contratos de estagiários são suspensos.

Mordaça

A direção da empresa ainda buscar silenciar seus profissionais com a criação de um verdadeiro código de “mordaça”, batizado como de conduta, para impedir que os trabalhadores da comunicação pública possam se expressar sobre o que a direção da empresa vem fazendo

A empresa prepara um plano opressor de Desligamento Voluntário, buscando retirar da empresa os mais antigos funcionários sem prever nenhum concurso para repor estes postos de trabalho. Enquanto isso, dezenas de profissionais, impedidos até de se licenciar sem seus vencimentos, pedem demissão por não serem reconhecidos como profissionais, não suportarem o assédio e a pressão governista e verem a comunicação pública desrespeitada.

Os Sindicatos seguirão resistindo na luta pelo cumprimento do preceito constitucional de uma comunicação pública independente e pelo respeito aos trabalhadores da EBC.

Sindicato dos Jornalistas do DF, RJ e SP
Sindicato dos Radialistas do DF, RJ e SP
Comissão de Empregados da EBC