Consumidor quer código de barras como fonte de informação adicional sobre produtos

Segundo estudo da GS1 Brasil, empresas entendem esse desejo e estão constantemente se adaptando para ficar em linha

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Há 33 anos, o código de barras marca presença em produtos vendidos no Brasil, levando uma série de benefícios para consumidores e empresas. Sua massificação, no entanto, aconteceu somente nos últimos 20 anos. Mas ainda há muitas aplicações almejadas pelo consumidor para o recurso. Uma delas como fonte de informação adicional. Esse é um dos resultados apresentados pela Associação Brasileira de Automação – GS1 Brasil na terceira edição de sua pesquisa semestral intitulada “Consumidores e Empresas: tendências e comportamento no mercado nacional”.

Para chegar a essa conclusão, a entidade ouviu 425 consumidores, sendo 46% mulheres e 54% homens maiores de 18 anos de todo o Brasil e de todas as classes sociais. A GS1 Brasil também ouviu empresas em todo o País para entender como elas enxergam essa e outras tendências. Por parte das corporações, foram consultadas 550 pessoas dos setores de alimentos, indústria e saúde.

João Carlos de Oliveira, presidente da GS1 Brasil, aponta que o consumidor demonstra que o código de barra pode ser fonte de entrada de informações, item citado por 76% dos respondentes do estudo. “99% dos consumidores buscam dados do produto antes da compra e o código de barras permite não só isso, mas rastreabilidade, agregando valor aos produtos. Além disso, 44% dos entrevistados entendem que o código de barras pode ajudar no combate à falsificação”, afirma o executivo.

No futuro, releva o levantamento, o código de barras pode se tornar referência para informações gravadas nos dispositivos móveis, que é, hoje, o principal sistema de armazenamento de dados das pessoas.

De acordo com o levantamento, o consumidor espera que o código de barras nos próximos anos sirva para acompanhar ainda exames médicos, item citado por 77% dos entrevistados; identificação em loja (76%); internação em clínicas e hospitais (74%); identificação pessoal (72%); e rastrear o que é consumido individualmente (71%).

Indústria avança

Segundo o estudo, as empresas estão cientes de que seus consumidores buscam mais informações e 75% delas apontam que o site é a origem de informações dos produtos. As redes sociais também desempenham papel relevante, com 68% das companhias usando o canal para informar o público.

No futuro, revela a pesquisa, os pontos de contato do consumidor deverão crescer na busca por informações. Destaque para o crescimento do uso de aplicativos. E, apesar do cenário econômico atual, 87% das organizações querem investir em tecnologia no próximo ano.

Das empresas de alimentos ouvidas, 40% afirmaram que vão apostar em inovação em códigos lineares com mais informações, outras 25% em eventos de rastreabilidade. Em saúde, o investimento tecnológico vai para códigos de barras 2D e atualização automática de dados cadastrais das empresas e produtos, comportamento semelhante ao que será adotado pela indústria.

Automação em tempos de crise

Na visão de Oliveira, em tempos de crise, a automação é forte aliada das empresas e por isso companhias devem apostar na iniciativa. “Talvez ela seja até mais importante do que em época de ‘vacas gordas’. Porque é por meio da automação que se consegue redução de custos, especialmente em razão da eficiência, produtividade e redução de custos que ela promove”, destaca.

Ele observa que corrobora o fato de que 72% dos consumidores estão tomando decisão de compra baseada na razão. “Sabemos que emoção, especialmente, em estabelecimentos comerciais self-service, ainda tem fator positivo no ato da compra, mas neste momento de crise, 72% dizem que a compra não é emocional e sim racional e apenas 1% diz que está comprando produtos supérfluos”, completa.

Um mundo de código de barras

Oliveira aponta que o consumidor mostra o claro desejo de automatizar a sua vida por meio do celular. Nesse cenário, seria possível vivermos em um mundo de código de barras, como já acontece em alguns locais da Coreia do Sul, que mostra displays de produtos no metrô que podem ser comprados pelo celular a partir de um código de barras e entregues em casa?

Quem responde é Ana Paula Maniero, gerente de Negócios da GS1. “O código de barras do produto hoje já torna possível esse cenário”, afirma. A executiva, inclusive, aponta que a GS1 Brasil já tem uma solução nesse sentido pronta para associados. Trata-se do O InBar, aplicativo para leitura de códigos de barras lineares e bidimensionais por meio da câmera do dispositivo ou da digitação do código numérico do item comercial.

O presidente da entidade reconhece que essa é uma tendência que a GS1 está de olho, uma vez que busca manter sempre seus associados na vanguarda tecnológica para beneficiar não só empresas como seus clientes.

Fonte: It Fórum