A democracia não cabe no orçamento?

Crise econômica e política. Nunca se falou tanto no noticiário no ano de 2015. Nem sempre contrapontos e visões distintas foram inseridos no fluxo de informações e opiniões. No que diz respeito à comunicação com a sociedade, “a criação de um clima de crise fiscal e econômica ganhou a batalha”, observa o economista Eduardo Fagnani (Unicamp).

No download (acima), na contramão do noticiário dominante, um grupo de especialistas critica o ajuste recessivo pelo potencial de criar novo ciclo de desigualdades. Enfrentando e recusando as teses governamentais e de setores da oposição, a “Revista Política Social e Desenvolvimento” traz o tema: “A democracia não cabe no orçamento”?.

 “É de ajuste social que esse país precisa”, escreve com veemência Lucia Cortes da Silva, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, no artigo “Em busca de uma solução democrática para o ajuste social necessário”.

A descontrução do “mito da gastança e erro da política fiscal” é o foco central dos economistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Sérgio Wulff Gobetti e Rodrigo Orair, no artigo “Fatos e versões sobre política fiscal”.

Por fim, o economista Eduardo Fagani ressalta, em “O capital contra a cidadania”, que “sempre esteve em jogo o fato de que as elites jamais aceitaram que o movimento social capturasse uma parcela do orçamento do Governo Federal (cerca de 10% do PIB), a maior parte concentrada na Previdência Social (8% do PIB)”.

Nesses tempos bicudos, vale a leitura.

Revista Política Social e Desenvolvimento – Ano 3 – dezembro de 2015