Fora de lugar

É assustador. Mas existe tanto lixo no mar que parte dele já se mimetizou ao meio ambiente. Os anúncios perturbadores fazem um alerta sobre a quantidade de plástico nos Oceanos. A campanha é da ONG de proteção marinha Swiss OceanCare, criada pela agência Spinas Civil Voices.

Segundo um estudo divulgado no início de 2016 pelo Fórum Econômico Mundial, se o consumo de plástico continuar a crescer no ritmo atual, os oceanos do planeta terão mais plástico do que peixes, em peso, no ano 2050. Com o tempo, o plástico se quebra em pequenos pedaços chamados de microplásticos, mas isso não significa que ele desapareça. Ele demora para se biodegradar ou se depositar no fundo dos oceanos, e pedaços flutuantes do material se acumulam na superfície da água.

De acordo com o pesquisador Markus Eriksen, que realizou 24 expedições para obter dados sobre esse plástico através de coletas do material e registro de concentrações na superfície, há no mínimo 5,25 trilhões de partículas de plástico flutuante que, juntas, pesam 269 mil toneladas. Os resultados foram publicados em 2014 na Plos One, um jornal de divulgação científica de acesso público.

Uma das formações mais famosas de plástico flutuante é a Grande Porção de Lixo do Pacífico, uma aglomeração que se forma entre a altura do Havaí e da Califórnia e se estende até a costa do Japão. Dando um zoom no mapa é possível observar como os pontos brancos têm uma distância pequena entre si, especialmente no centro da porção de lixo. Seu núcleo mais denso, onde se concentra mais material, tem 1.000.000 km². Confira um mapa interativo sobre o lixo nos oceanos aqui.

No Brasil

O lixo que está no mar representa um grande risco à vida dos animais marinhos. De acordo com dados do Instituto Argonauta, em São Paulo, 1.200 tartarugas marinhas morreram desde janeiro de 2016 e, destas, cerca de 25% por causa da ingestão de lixo marinho.

Hugo Gallo, presidente do Instituto Argonauta, diz que 99% das manchas de lixo nos oceanos é formada por plástico descartado pelos humanos, que causam mortes, como a de uma tartaruga marinha que ingeriu bexigas, em junho deste ano, no litoral norte de São Paulo.

O biólogo João Alberto dos Santos faz um alerta, lembrando que o lixo marinho chama a atenção quando se divulga morte de animais grandes, como as tartarugas marinhas. Ele ressalta que a poluição das águas, por produtos cosméticos como pasta de dentes ou esfoliantes que contêm microplásticos, também matam seres menores, como crustáceos, afetando toda a cadeia natural do mar.

No litoral de São Paulo, o Instituto Argonauta orienta para que as pessoas, ao encontrarem animais feridos ou mortos na praia, entrem em contato com institutos de monitoramento da vida marinha da região. No caso do litoral norte de São Paulo o número é 0800 6423341. Com informações do Nexo Jornal e EBC.

 

Fonte: Comunica que Muda